É muito comum acontecer dos maconheiros passarem por apuros ao ter o chá na mão mas não uma seda pra fumar. Às vezes na rua mesmo, principalmente naquele rolê da madrugada, você consegue fazer um rolê de uma paranga, ou ganha um pouco de alguém, mas não tem nenhuma seda por perto. O que fazer nessas horas? Bom, eu já passei poucas e boas por conta da tal seda.
Tem gente que chama de Ledinha, Aleda, Purebar, Seda, Papel, etc. Ela é um dos componentes principais que devemos sempre ter por perto, nem que seja escondido em algum lugar. Tenho amigos que sempre guardam uma sedinha na capinha de trás do celular, escondida, pra evitar passar apuros. Já cheguei a entrar no banheiro da Tunnel, pencas de anos atrás, e no desespero acabar bolando uma taba no papel higiênico. Meu amigo, que estava me esperando do lado de fora do banheiro e vigiando, percebeu a minha demora e dificuldade e entrou na cabine para ver o que estava acontecendo. “Você pirou viado?“, disse ele pra mim ao ver que o beck tava mais desfarelando do que outra coisa. Isso foi motivo de piada por meses. Mas como lidar com uma situação dessas? No final das contas, acabamos bolando no papel laminado do maço de cigarro, não havia mais outra opção. Na época ainda podia fumar cigarro dentro das baladas e na pista. No desespero de fumar logo o bagulho, acendemos em cima do palco da pista – que era lotado de gente dançando – bem no fundo. Não deu dois minutos e o segurança nos pegou pelo braço e nos tirou da balada. Pelo menos pudemos fumar um bem grande lá fora em paz, e com uma seda de bar.
Algumas situações chegam ser até absurdas que eu prometi que contaria aqui no blog. Certa vez, na The Week, eu estava com uma amiga e tomamos um doce, a vibe estava incrível e muito boa. Achamos um amigo nosso no fumódromo e ele anunciou “Besha, eu tenho pencas de taba aqui. Quer?”. Taba com doce é tudo o que eu precisava pra ficar mais incrível ainda. “Mas não tenho seda, consegue uma que eu te dou”. Antigamente, na TW, eu tinha descoberto um método de bolar uns fininhos com o papel que vinha embalado o canudo do bar. Era um papel branco e, se vc abrisse ele com muito cuidado na lateral, dava pra bolar certinho. Porém, de um tempo pra cá isso mudou e eles trocaram os canudos para um com embalagem plástica. Só pra complicar mais a nossa vida. E como faríamos pra arrumar uma seda? Saímos em busca da dita cuja e pergunta aqui, ali… ninguém leva seda pra balada. O doce cada vez mais intenso e a gente procurando outras coisas. Fazendo um key aqui ou um padê ali e ficando mais loucos. Mais tarde, quase amanhecendo, chegou um momento que a gente precisava arrumar uma seda pra fumar uma taba. Ela seria tudo o que precisávamos para ficar de volta no grau. Decidimos apelar “Vamos sair perguntando pra todo mundo”. Pergunta aqui, ali e nada. No caminho do fumódromo eu encontro com a hostess da balada e o promoter e, como de costume, parei para cumprimentá-los e dar um beijo. Nessa parada, minha amiga louca de doce, virou para eles e falou: “Gente, posso perguntar uma coisa pra vocês?”, ai eu a apresentei para eles e falei “Olha, esse é o promoter e ela a hostess”. Mas já tinha sido tarde demais, a hostess respondeu “Claro, pode perguntar querida”. Na tentativa de disfarçar, ela tentou desconversar “Nada não, deixa pra lá”. Pra quê? Isso atiçou a curiosidade do promoter que virou e falar “Magina, pode falar gata, pergunta…”. “Nada não”. “Pode perguntar”, insistiu. “Já que vocês insistiram: Algum de vocês tem uma seda?“, disse ela vermelha. Os dois se entreolharam e olharam arregalados para ela e eu caí na risada. Como ela me solta uma dessas na frente do promoter e da hostess da balada? Não era possível.
No fim das contas todos acabaram rindo e a situação ficou engraçada mas com um clima tenso no ar. Acabamos nem achando mais a seda, mas ficou a lição de sempre dar um jeito de levar uma seda emergencial, seja pra onde for. E você? Já passou por uns bocados por causa de seda? Comente.