Archive for abril, 2011


Key babado, bee!

Ketamina

Ketamina

Ketamina é a droga do momento! Os tempos mudaram e ela veio para substituir o velho e cansado padê (Cocaína), com sua leveza e sua poderosa ação de anestesias e ‘rodar‘. Eu lembro que a primeira vez que eu aquendei o key foi na haste de um óculos de sol de um bombado perdido no after da Ultra Diesel. Na época, todos nós achávamos super-perigoso o key e os conhecidos que usavam, era super-corajosos e rebeldes. Eu costumava me entopir de padê e ficava escravo dele a noite toda, pinos e mais pinos, gramas e mais gramas, nunca era o bastante, mas depois do key… É um amor a primeira vista, ou melhor, a primeira rodada.

O Key é mais conhecido como ‘anestésico de cavalo‘, Ketamina é um remédio que é usado para anestesiar animais como: cavalo, bezerro, boi, vaca… animais de grande porte. Por ser tão poderoso, ele, em pequenas doses, pode ser cheirado, fumado com maconha, bebido com bebidas alcoolicas, enfim… a criatividade que manda, mas eu prefiro mesmo é cheirar. São pequenas doses, mini-doses, e muitas rodadas. Quem já está acostumado a cheirar cocaína, acaba se espantando com a quantidade mínima de key que se é cheirada por vez. Ao contrário da cocaína que, para alguns – quanto mais, melhor – o key é – quanto mais pior!

Por ser uma droga que acalma muito, após cheirar o key, você começa a se sentir amortecido, distante, sem muita definição, perdido, tonto e com muito tesão. As sensações vem em flashes que, geralmente, são seguidos da ‘fritada‘ do key no nariz. Quando você o cheira, ou puxa o nariz, o key gruda na sua faringe e a sensação é de acidez, um ‘tzzzz‘ na mucosa que parece uma fritada. É a melhor sensação do mundo.

Por ser um tanto quanto ‘perigoso‘, ele se torna mais excitante. As grandes doses levam ao ‘buraco do key‘. a sensação de incapaz de se mover, ou falar, ou agir. Apenas a mente começa a viajar e os movimentos do corpo não são mais controlados. Você ‘cai no buraco‘ e fica viajando como num mundo paralelo. Geralmente, quando a pessoa volta do buraco do key, ela voomita ou se sente bem enjoada – por conta da grande quantidade ingerida. Mas ter overdose de key é bem raro – eu pelo menos nunca soube de nenhuma – mas devem existir.

Já peguei vários amigos caindo no buraco porque acharam que o tiro era ‘pequeno demais‘ e foram na gula achando que ‘estavam por dentro‘ e ‘aguentavam o tranco‘. O key é uma droga para pessoas que não perdem o controle, pois se você tentar ser melhor que ele, ele vai te derrubar.

Esses dias eu levei o namorado de uma amiga para a Babylon e sempre que eu o encontrava perdido pela boate, ele me arrastava pro canto e – sem nenhuma cerimônia – abria o pino cheio de key e pegava a chave do seu carro e já ia tacando logo no meu nariz. Era tão desesperador ver aquela chave cheia de key na sua direção no meio da boate inteira, a sensação de que algum segurança podia ver ou pegar, mas geralmente é uma ação tão rápida e discreta, que acaba sendo bem tentador e provocante. Um máximo, eu adorei, mas sempre preferi ir no banheiro e usar discretamente.

É tanta coisa para falar sobre o key que o post seria gigantíssimo, mas aos poucos a gente vai conhecendo mais do key-babado!

Trava VS Barbie

Travesti

Travesti

Para quem não conhece, na gíria gay, Barbie é a definição para aqueles ‘machos’ todos bombados, barriga tanquinho, braços gigantes e tatuagens pelo corpo, mas que na verdade são todos bichinhas passivas afeminadas, ou às vezes nem tão afeminada, mas enfim, são as famosas BARBIES no mundo gay. Já as Travas são as Travestis, que empestam as boates gays paulistana.

Certa vez no banheiro da Babylon, estava meu amigo se lavando na pia, todo com o calor da bala e louco de key, e de repente começa a notar uma confusão entre a Trava e a Barbie no canto do banheiro. A Barbie – que era toda bombada e baixinha – chegou para a Trava e deu um empurrão no ombro dela, dizendo: “Você me roubou!”. A trava, nervosa com o empurrão, devolveu com outro empurrão na Barbie e retrucou: “Não roubei não!”. Nervosa, a Barbie lascou um soco na cara da Trava e o barraco começou. A trava partiu pro ataque, pegou a cabeça da bombada e lançou contra o suporte de papel-toalha no banheiro, já sacando o salto alto e – literalmente – quebrando na cabeça dele. Foi uma cena chocante! Mas o barraco não terminou, ele agarrou nos cabelos dela e lascou socos e mais socos na cabeça dela enquanto a trava sacava o outro salto para dar na cara dele.

Enquanto todos ficavam olhando em choque, os dois acabaram perdendo o controle e caindo no chão, mas ainda agarrados e se debatendo. Foi assim até dois minutos quando o segurança chegou e apartou a briga. O culpado até agora eu não sei, mas a Barbie bombada que começou a discussão não parava de acusar a trava de roubo. A trava, nervosa, só exclamava: “Roubei o que? Eu não te roubei!” e o outro não falava nada. Conclusão: a Barbie tinha dado uma grana pra Trava comprar uma droga para ele e acabou embolsando o dinheiro e deixando ele sem colocação. Se fosse comigo eu também partia pra briga, mas tentaria desviar do salto-alto na cara que, tenho certeza, deve estar doendo até agora. Por isso que eu sempre digo: cuidado com quem você compra suas drogas, sempre procure uma fonte confiável, ou prepare-se para saltos-altos na cabeça!

Dealer & DJ

Dj & DealerEsse nome é bem comum para os freqüentadores das noites badaladas do mundo inteiro. Aqui no Brasil ainda é uma expressão pouca utilizada, mas que já está na boca da galera que sabe e entende o que significa. Dealer não passa além de um mero traficante. Dealer: é assim que nós os chamamos na balada, a palavra que vem do inglês e significa ‘Negociador’. Nem todos que se drogam na boate trazem suas ‘ferramentas’ de casa e, por isso, acabam sempre atrás de um dealer para acessar ao mercado negro. Tem dealer que vende só key, tem dealer que vende só bala, tem dealer que vende bala, key, doce e padê. Tem o aviãozinho do dealer, que fica catando coisas para várias pessoas. A inflação é um fator que também influencia. Se for um evento mais POP, ou se a bala está em falta na boate, o preço sobe absurdamente. Acho que a bala mais cara que eu já paguei foi R$50,00 no carnaval de 2009, na Flexx. Com certeza deve ter pessoas que já pagaram um absurdo para o acesso de alguma droga, mas eu sempre me mantive numa posição de comprador pechinchador. É normal negociar Key + Bala por um preço mais barato, ou pegar dois Keys por R$50,00 (a unidade é R$30,00), sempre rola uns bem-bolados. Assim como rola uns contatos inéditos com preços magníficos. Fiquei amigo de um cara que usava bala e conseguia trazer Canadense Vermelha por R$ 18,00, era quase de graça. Infelizmente esses contatos nem sempre duram muito…

O mais engraçado em alguns dealers é o modo discreto da negociação ser feita. Na boate há vários seguranças, paisanos e observadores que ficam de olho na galera. É normal fingir assuntos, fazer dançinhas, abraçinhos demorados e tudo mais para ‘passar o dinheiro no bolso’ ou ‘pegar o pacotinho na mão’. Eu lembro que certa vez um amigo meu no desespero de pegar a droga com o dealer acabou dando uma nota de R$ 5,00 ao invés de R$ 20,00 por um pino de 2 gramas. Não sei se o dealer percebeu, mas ele ficou morrendo de medo do cara aparecer.

Já vi vários dealers conhecidos rodarem na noite vendendo droga. Dias em que o DENARC entrava de paisana na boate e prendia os traficantes. Vender ecstasy e LSD é qualificação de tráfico internacional, quando um dealer roda, a coisa se não for à propina de dinheiro, acaba com a vida da pessoa. Uma vez cheguei a ver uma travesti conhecida dealer sair algemada da balada. Na hora da confusão ela jogou todas as balas no chão da boate e os policiais já deram voz de prisão e começaram a pisar nas balas para ninguém pegar. Algemaram a travesti e foi um show, ela saiu presa da boate e até hoje nunca mais voltou.

Há também a corrupção dos dealers da própria casa. Boates que mantém dealers, vista grossa e propina para que o tráfico rode dentro do lugar. Já fui a balada em que até o DJ é dealer, e ele ficava tão loco de um key-extra-poderoso que tocava pessimamente na pista. Ele se drogava – ou melhor se dopava – de uma mistura com ketamina e ingredientes de ecstasy e entrava para tocar muito louco. Além de o set ser toda uma palhaçada, músicas antigas e batidas erradas, eles ainda ficava com aquela cara amortecida e dopada na frente da pick-up e achando que estava arrasando, quando na verdade a pista estava se esvaziando completamente. Mas mesmo assim toda vez que ele tocava, todos nós tentamos prestigiá-lo por ele ser nosso conhecido e nos fornecer um key de primeira, mas mesmo assim é quase impossível se dançar quando ele toca. Mas ainda tentamos com carisma forçar um sorriso, meio difícil, mas no key vale tudo, afinal são os DJs que mandam na noite. Se tiver alguém com o poder mais forte que a sua bala ou o controle mais poderoso do que qualquer um nas pistas, esse é o DJ.

Se a música ta boa, tudo ta bom! Se a música ta ruim, tudo ta ruim! A música é um fator essencial na noite, tanto para a ‘bala bater’, quanto para viajar nas batidas. Eu sou um amante constante de música e amo dançar. Conheço a maioria das músicas que toca na balada e adoro cantar e dançar quando elas tocam naquele remix que eu já sei de cor. Tenho amizade com vários DJs e sempre procuro prestigiá-los quando merecidos, ou acabar com eles quando são ruins. Tem DJ que não é DJ, que toca set montado, fica só fazendo pose na frente da pick-up e caras e bocas. A pior das coisas é quando um DJ deixa a música acabar. Isso é algo fatal e nunca deve ser feito por um DJ.

O engraçado é ver a cara daqueles que não entendem de batidas e músicas e dançam qualquer coisa que tocarem achando que estão arrasando. Pessoas sem ritmo e sem aquela ‘ginga’ pensando que estão abafando tudo, quando na verdade só pagam mico na pista. DJ bom é aquele que remixa na hora, que brinca e agita a galera, que tem a sintonia e a evolução perfeita da mixagem das músicas.

Os meus DJs preferidos são: Grá Ferreira, Morais, Rodolfo Bravat, Hebert, Isaac Escalante, Guto Bumaruf, Bruno e Paulo Pacheco, Fillipe Guerra, Robson Mouse, Vlad, entre outros que não guardei os nomes, mas que colocaram a pista de dança para pegar fogo. E vocês, quais DJs curtem?

O “BATER” DA BALA

O Bater da Bala

O "bater" da bala

O verbo BATER na bala é muito comum e engraçado. “A minha bala ainda não bateu”. “Nossa essa bala não está batendo, está espancando!”. “Ela ta vindo, vai bater!”. São várias as expressões e, às vezes, a bala não só bate como acaba te espancando mesmo. Tomar bala com freqüência nem sempre é mil maravilhas como da primeira vez, seu organismo pode acabar ficando tolerante com algumas substancias básicas que dão todo o efeito do ‘ápice’ da bala, te fazendo tomar uma dosagem cada vez maior para obter a mesma viagem, ou então nem bater, o que dá mais desespero.

Quando a sua bala ‘não bate’, o que você faz? Não adiante correr, chorar, gritar, espernear, nada! Ela não bateu e ela não vai bater… Se você não tem mais R$ 35,00 para outra bala, você não tem mais viagem e tudo ao invés de ficar feliz, fica bem mais triste e nervoso. Aquele desespero de querer a vibe. Olhar para o lado e ver um por um ficando mais doido e nada em você. Acabar tendo que usar outras drogas no desespero da viagem, mas sempre é um sentimento decepcionante. Usar o ecstasy em excesso pode ser muito perigoso e a dependência é bem sufocante. Mas a meu ver, não é uma droga forte comgrandes proporções de dependência. Por eu usar elas somente aos sábados, uma vez por semana, ou até mesmo menos, meu organismo ainda me proporciona belas horas de uma vibe bem intensa e gostosa quando eu tomo.

Infelizmente eu já tive momentos em que a bala nem bateu, nem falou mal, nem ao menos disse ‘Oi’. Foi Ano Novo de 2009 para 2010, estávamos todos na Babylon, vipados, de camarote, melhores impossíveis, se não fosse o fato de ter comprado tal de ‘Obrital Azul’ de uma travesti barata, que era uma conhecida de um amigo meu. Compramos a tal bala e ao tomar aquilo começou a esfarelar na boca, parecendo mais AS do que ecstasy. Resumindo: nada de vibe! Tivemos que juntar mais dinheiro e comprar outra para dividir

O legal é sempre confiar no dealer e evitar comprar com desconhecidos. Hoje em dia não temos como saber o que iremos tomar e até aonde vai à maldade das pessoas. Como eu sempre digo: Todo cuidado é pouco. Já ouvi relatos de amigos que cheiraram caco de vidro, soda cáustica e outras maldades que fazem por aí com pessoas viciadas. Por isso, sempre é bom ter uma fonte confiável e evitar mais desastres.